Lição de vida e de amor

by - segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Passo a citar uma excelente lição de vida, que guardei ao navegar no mundo dos blogues. "O Arrumadinho" assim escreveu...


"Quanto tempo devemos manter a dúvida sobre o amor?

Quanto deve se deve aguentar a dúvida sobre se ainda se ama uma pessoa? Deveremos falar sobre essa dúvida com o parceiro ou, por outro lado, esperar, interpretar os nossos sentimentos, digerir as coisas sozinhos até ter uma certeza?

Não há uma resposta certa para estas situações. Mas dependerá sempre muito da relação que temos, da intensidade da mesma, do passado comum, dos objectivos para o futuro, do nível de envolvimento de outras pessoas, em especial se houver filhos.

Sempre defendi que só falando se conseguem resolver os problemas. Não acho tanto que seja pelo acto de falar como desabafo, mas porque é sempre mais honesto se o outro estiver a par daquilo que estamos a viver e a sentir. A pessoa com quem estamos merece essa sinceridade, ainda que isso a possa magoar, ou deixar insegura e com dúvidas. Mas se os dois estiverem a par do que se está a viver, a sentir, do estado real da relação, será mais fácil resolver os problemas, encontrar as soluções, inverter um caminho que estamos a trilhar e que pode ser o errado.

Vou dar um exemplo: tenho um amigo que andava a viver nessa dúvida - "amo? não amo? só gosto? - há muito tempo. E guardava essa luta interna só para ele. Durante meses, deixou de ser a pessoa que todos conhecíamos, parecia uma sombra do que era, estava consumido, hipnotizado. O que mais o afastava na relação que estava a viver era o facto de a namorada (que no ano seguinte passaria a ser mulher) o limitar numa série de coisas (um mal muito comum). Embirrava (fazia-lhe a vida negra, era mais isso) por ele treinar futebol três vezes por semana, não queria os amigos dele lá em casa porque os achava uns ordinários, pela mesma razão ficava amuada uma semana quando ele saía com eles, e passava a vida a controlar o rapaz, com mensagens constantes, uma quase perseguição. Ele sentia-se enclausurado na relação, infeliz, mas achava que gostava da namorada, porque quando estavam juntos as coisas corriam bem, e, apesar do feitio, ela era mesmo boa pessoa. Este sentimento foi crescendo e destruindo o rapaz, que optou por nunca falar com a namorada sobre isto. Claro que ela entendeu que ele não estava bem, mas não sabia porquê. Qual foi o resultado? Ela começou a achar que ele tinha outra pessoa. E então aumentou o controlo, tornou-se quase paranóica, e os problemas cresceram até à explosão, que se deu quando ele saiu de casa.
Uma semana mais tarde, estava ele a viver em casa de um amigo, reencontraram-se. E então falaram. Ele disse-lhe tudo. E ela também. Duas semanas depois estavam a viver juntos novamente. Ela fez um esforço para parar de ser controladora. Ele deixou de jogar à bola três vezes por semana e passou a ir apenas uma. Hoje são casados e muito mais felizes.

Se eles tivessem falado desde o início acredito que não tinha havido necessidade de quase arruinarem uma relação de amor sério. E correram efetivamente esse risco.
Por outro lado, se ele tivesse falado com ela assim que começou a ter dúvidas sobre o amor que sentia, será que a coisa teria terminado bem? Não sei. Porque essas palavras - "não sei se ainda te amo" - podem ser destruidoras, podem estragar tudo. É por isso que digo que não sei, mesmo, quanto tempo devemos aguentar a dúvida até que possamos falar com o nosso companheiro sobre ela. O que penso é que devemos falar sempre. Seja do que for."

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